A Educação Escolar de Pessoas com
Surdez na Perspectiva Inclusiva junto ao Atendimento Educacional Especializado
Helena Naves Pereira
A educação escolar de alunos com surdez
busca romper com o embate entre os gestualista e os oralistas, e nos reportando
ao pensamento pós-moderno, a pessoa com surdez, como ser humano descentrado, em
que os processos perceptivos, linguísticos e cognitivos poderão ser estimulados
e desenvolvidos, tornando-os seres humanos capazes, produtivos, com
potencialidade para adquirir e desenvolver não somente os processos
visuais-gestuais, bem como a leitura e a escrita. Isso nos faz afirmar que a
pessoa com surdez será remetida não somente como indivíduo que conseguiu
transpor o a deficiência sensorial auditiva, mas o cidadão que tem
potencialidades que precisam de estímulos. Neste contexto, a Educação Especial,
na perspectiva inclusiva, com o serviço complementar do Atendimento Educacional
Especializado na escola comum, oferece novas possibilidades para as pessoas com
surdez, em que a Libras e a Língua Portuguesa escrita
são línguas de comunicação e instrução para o desenvolvimento
psicossocial, cognitivo e cultural.
A educação necessita transpor muitas barreiras
para realmente garantir o direito à educação escolar para a pessoa com surdez,
modificando a maneira de como as propostas educacionais se estruturam adequando-se
ao potencial cognitivo, social e linguístico.
Conforme
Damázio (2007) a inclusão do aluno com surdez deve acontecer desde a educação infantil até a
educação superior, na escola comum para beneficiar sua participação e
aprendizagem tanto na sala de aula como no Atendimento Educacional
Especializado.
É importante rompermos com as práticas
pedagógicas excludentes e buscarmos uma escola unificada que reconheça e
valorize as diferenças, reconhecendo o potencial de cada um suprindo suas
especificidades. A pessoa com surdez é um individuo apto a aprender desde que
sejam dadas condições necessárias para que possa usufruir de seus direitos como
cidadão mediante a comunidade escolar.
Segundo Damázio e Ferreira
(2009) Pensar e construir uma prática pedagógica que se volte para o
desenvolvimento e potencialidades das pessoas com surdez é fazer com que a
instituição esteja preparada para compreender essa pessoa em suas
potencialidades, singularidades e diferenças e em seus contextos de vida.
Consideram como causa principal causa para o sucesso ou fracasso escolar de uma
ou outra língua. O trabalho pedagógico na escola comum deve ser desenvolvido em
um ambiente bilíngue.
A escola
é o ambiente onde estratégias de aprendizagem devem ser criadas para suprir as
necessidades dos alunos surdos e dos demais e em parceria com o professor da
sala comum o professor da SRM (Sala de Recursos Multifuncionais) com AEE
(Atendimento Educacional Especializado) deverá buscar uma organização
pedagógica para contribuir para a compreensão dos conceitos curriculares,
propiciando ao aluno com surdez a ampliar seu conhecimento mediante aos
conteúdos trabalhados em língua portuguesa e na LIBRAS (Língua Brasileira de
Sinais).
Para que o aluno com surdez tenha acesso às duas línguas simultaneamente
no ambiente escolar deve envolver três momentos:
Segundo Damázio (2005:69-123) Atendimento Educacional Especializado EM LIBRAS
Atendimento Educacional Especializado para o ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA.
Atendimento Educacional Especializado para o ensino DE LIBRAS.
Desta
maneira haverá realmente uma construção de experiências e vivências
conceituais, em que a organização do conteúdo curricular deverá ter
funcionalidade para a vida escolar do aluno com surdez, priorizando o
conhecimento; visto que, este conhecimento precisa ser compreendido e
contextualizado, na qual as informações se processem como instrumento de
interlocução e de diálogo. Efetivando a inclusão da pessoa com surdez no meio
escolar e social.