Deficiência
múltipla é a associação, no mesmo indivíduo, de duas
ou mais deficiências primárias (intelectual / visual / auditiva / física), com
comprometimentos que acarretam consequências no seu desenvolvimento global e na
sua capacidade adaptativa.
“O termo deficiência
múltipla tem sido utilizado, com frequência, para caracterizar o conjunto de duas ou mais
deficiências associadas, de ordem física, sensorial, mental, emocional ou de
comportamento social. No entanto, não é o somatório dessas alterações que
caracterizam a múltipla deficiência, mas sim o nível de desenvolvimento, as
possibilidades funcionais, de comunicação, interação social e de aprendizagem
que determinam as necessidades educacionais dessas pessoas.” (MEC – 2006)
“A
surdocegueira caracteriza-se como sendo uma pessoa que nasce surdocega ou que
fica não recebe as informações sobre o que está sua volta de maneira fidedigna,
ela precisa da mediação de comunicação para poder receber, interpretar e
conhecer o que lhe cerca”.
Seu
conhecimento do mundo se faz pelo uso dos canais sensoriais proximais como:
tato, olfato, paladar, cinestésico, proprioceptivo e vestibular.
Na
deficiência Múltipla não garantimos que todas as informações muitas vezes
chegam para a pessoa de forma fidedigna, mas ela sempre terá o apoio de um dos
canais distantes (visão e ou audição) como ponto de referência, esses dois
canais são responsáveis pela maioria do conhecimento que vamos adquirindo ao
longo da vida.” (Aspectos Importantes para saber sobre Surdocegueira e
Deficiência Múltipla, p. 4).
Ambas
as deficiências necessitam de alguns cuidados dependendo de suas limitações. A
DMU de acordo com Nunes (2002) as necessidades podem ser agrupadas em três
blocos:
Necessidades físicas e médicas (A
mais frequente causa da deficiência múltipla é a Paralisia Cerebral, que compromete
a postura e a mobilidade, os movimentos voluntários são limitados em termos
qualitativos e quantitativos; limitações sensoriais (visual e auditiva); convulsões;
controle respiratório e pulmonar; problemas com deglutição e mastigação; saúde
mais frágil com pouca resistência física).
Necessidades
emocionais (afeto, atenção,
oportunidades de interagir com o meio e com o outro, desenvolver
relações sociais e afetivas, estabelecer uma relação de confiança).
Necessidades
educativas (Limitações no acesso ao ambiente e dificuldades
em dirigir atenção para estímulos relevantes).
A
comunicação de ambas as pessoas com Surdocegueira e Deficiência Múltipla é uma
barreira muito difícil de transpor, mas não impossível. Portanto alguns
aspectos são muito importantes para a comunicação se desenvolva para uma
interação social efetiva. Para as pessoas com surdocegueira e/ou com
deficiência múltipla dividimos a comunicação em Receptiva e Expressiva, para favorecer a eficiência da transmissão
e interpretação. A comunicação receptiva ocorre quando alguém recebe e processa
a informação dada por meio de uma fonte e forma (escrita, fala, Libras e etc).
A informação pode ser recebida por meio de uma pessoa, radio ou TV, objetos,
figuras, ou por uma variedade de outras fontes e formas. No entanto, comunicação
receptiva requer que a pessoa que está recebendo a informação forme uma
interpretação que seja equivalente com a mensagem de quem enviou tentou passar.
A comunicação expressiva requer que um
comunicador (pessoa que comunica) passe a informação para outra pessoa.
Comunicação expressiva pode ser realizada por meio do uso de objetos, gestos,
movimentos corporais, fala escritas, figuras, e muitas outras variações.
A Comunicação simbólica refere-se a
qualquer sistema de palavras, sinais ou objetos usado para se comunicar que
seja formalmente organizado e regido por regras. Estes símbolos representam
conceitos, ações, objetos, e pessoas e pode ser altamente abstrato e complexo.
Sistemas simbólicos de comunicação podem incluir, mas não se limitam a:
Linguagem escrita, ao português sinalizado, alfabeto manual, escrita a mão,
Braille e sistemas gráficos.
A Comunicação não simbólica são sistemas
de comunicação não simbólica e é frequentemente individualizada para cada
individuo e pode ser não convencional em sua natureza. A comunicação não
simbólica pode ser utilizada em conjunto com formas simbólicas ou podem ser
usadas isoladamente. Todos nós usamos formas de comunicação não simbólica em
uma variedade de maneiras diferentes todos os dias. É um método efetivo de
comunicação contanto que a forma da comunicação tenha uma função definida e conhecida.
Muitos indivíduos que são surdocegos e tem deficiências múltiplas usam
comunicação não simbólica para tornar suas necessidades conhecidas. Frequentemente,
pais ou responsáveis são as primeiras pessoas a dar significado a certas
vocalizações e movimentos corporais de bebês ou crianças pequenas.
Referências
Bibliográficas
Folheto FACT 3 – COMMUNICATION /
Primavera 2005 - Lousiana Department of Education 1.877.453.2721 State Board of
Elementary and Secondary Education
Tradução: Vula Maria Ikonomidis
AVALIAÇÃO
e intervenção em multideficiência. Coleção
Apoios Educativos. Portugal: Ministério da Educação,2004, 217 p
NIELSEN, L. The Comprehending Hand. Refsnaesskolen:
State School for Blind and Partially Sighted Children, Dinamarca, 1979.
NUNES, C.
Crianças e Jovens com multideficiência e surdocegueira: contributos para
o sistema educativo, Ministério da Educação,Portugal, 2002.
______. Aprendizagem
Activa na criança multideficiente com deficiência visual: um guia para
educadores, 2000.132f.Monografia - Educational Leadership Program, Perkins
School for the Blind,Ma, EUA.
______.Diciplina
sobre Intervenção em Multideficiência. Curso de Formação de Educadores.
Universidade Presbiteriana Mackenzie.2007